Joel Luiz Costa
“Enquanto homem negro, advogado e favelado, quando eu falo contra o sistema prisional, não falo de maneira abstrata. Falo de uma máquina que conheço e que sei poderia moer o meu corpo caso não tivesse a oportunidade de ocupar uma cadeira universitária.”
Joel Luiz Costa é advogado e defensor de direitos humanos na cidade do Rio de Janeiro. Ele é fundador do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), que busca equidade racial por meio da defesa da população negra no âmbito penal.
Ele é membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro, da Frente Favelas na Luta e da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial.
Joel Luiz Costa é um dos primeiros advogados negros a formarem as linhas de frente no apoio jurídico de manifestações pela justiça racial na cidade, tais como os atos “Vidas Negras Importam” e protestos contra o assassinato de um homem negro em uma grande rede de mercados.
Ele um dos idealizadores do Núcleo Independente e Comunitário de Aprendizagem, (NICA), um projeto antirracista, multicultural e democrático de educação como principal ferramenta de mobilidade social. Além disso, Joel faz parte do Fórum Grita Baixada, da REFORMA - rede jurídica pela reforma da política de drogas e colunista da Agência de Notícias de Favelas. A sua atuação jurídica está marcada pela defesa de moradores de favelas e comunidades em casos de violência policial e outros abusos de direitos humanos.
Defensores de direitos humanos como Joel são alvos constantes de ameaças e intimidações por conta de seu trabalho na luta contra a desigualdade racial no Brasil; Ao acompanhar e exigir justiça perante os casos de violência policial, esses defensores e movimentos sociais são alvos de uma falsa narrativa que tenta vincular os que se levantam contra os abusos policiais ao crime organizado, como forma de atacar o seu trabalho legítimo na defesa dos direitos humanos.Essa realidade que não só discrimina, mas criminaliza aqueles e aquelas que atuam em prol de uma realidade melhor para pessoas negras e periféricas no pais.
Os desafios e ameaças enfrentados pelos/as defensores e defensoras de direitos humanos no Brasil continuam muito elevados, particularmente para aqueles/as que trabalham em questões sobre a terra, o meio ambiente, os povos indígenas, os direitos LGBTI, a corrupção e a impunidade. Muitos/as defensores/as têm sofrido ameaças de morte, ataques físicos, prisões arbitrárias e processos judiciais. O elevado número de mortes é particularmente preocupante, e tais assassinatos ocorrem em um contexto de impunidade generalizada.
