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Maria Izabel da Silva Francisco (Izabel das Ervas)

Maria Izabel da Silva Francisco (Izabel das Ervas)

“É minha missão não deixar que desmatem o Cerrado, por isso tenho doado minha voz e meu corpo em favor dessa luta”

Maria Izabel da Silva Francisco é uma mulher defensora de direitos humanos, em Varzelândia, Minas Gerais, região sudeste do Brasil. Ela atualmente faz parte do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo (MTC).

Izabel das Ervas, como é mais conhecida, tem se dedicado há muito tempo à proteção da natureza e do meio ambiente. Nascida em 1964, ela começou seu ativismo nos anos 80, nas Comunidades Eclesiásticas de Base (CEBs) e como parte do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Minas Gerais (STTR-MG)

Durante os anos 1990, Izabel viveu na Comunidade Rio dos Bois, no estado do Tocantins, onde ela apoiou camponeses e pequenos apoiando agricultores diante das injustiças perpetradas por latifundiários da localidade. Em 1994, ela se mudou para São Paulo, onde se inseriu na Central de movimentos populares (CMP).

Maria Izabel tem sido uma pessoa fundamental na organização dos camponeses e camponesas na região norte de Minas Gerais, desafiando os interesses de grandes latifundiários, através da multiplicação de discussões acerca das condições de vida, permanência nas terras em disputa e de denúncias contra o desmatamento ilegal, prática ilícita comum no Cerrado Brasileiro.

Em razão de sua atuação em defesa dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais e do meio ambiente, Izabel das Ervas tem sido alvo de ameaças, intimidações e ataques à sua casa e seus animais. Nos últimos anos, essas violências têm aumentado. O Cerrado tem testemunhado uma intensificação dos conflitos agrários, da desregulamentação ambiental e do crescimento do desmatamento, com o apoio intencional de setores do governo brasileiro. Como resultado, Izabel das Ervas tem enfrentado uma campanha de difamação destinada a desqualificar as suas ações, uma tática frequentemente utilizada contra as mulheres defensoras de direitos humanos que se colocam na frente da resistência às violações dos direitos humanos.

Brazil

Os desafios e ameaças enfrentados pelos/as defensores e defensoras de direitos humanos no Brasil continuam muito elevados, particularmente para aqueles/as que trabalham em questões sobre a terra, o meio ambiente, os povos indígenas, os direitos LGBTI, a corrupção e a impunidade. Muitos/as defensores/as têm sofrido ameaças de morte, ataques físicos, prisões arbitrárias e processos judiciais. O elevado número de mortes é particularmente preocupante, e tais assassinatos ocorrem em um contexto de impunidade generalizada.