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Padre Amaro

Father Amaro Lopes de Souza

HRD
Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Se fiz algo de errado foi ajudar a colocar a terra na mão do trabalhador

Padre Amaro Lopes de Souza é um defensor de direitos humanos atuante na preservação da floresta amazônica e na democratização do acesso à terra por trabalhadoras e trabalhadores rurais. Ele atua junto à Comissão Pastoral da Terra (CPT), uma entidade ligada à igreja católica que busca dirimir conflitos agrários. Padre Amaro é conhecido como o sucessor da missionária Dorothy Stang na luta pela reforma agrária e dignidade para trabalhadoras e trabalhadores da região.

Atualmente, o Padre responde a um processo criminal baseado em denuncias falsas por parte de fazendeiros conectados ao assassinato de Dorothy Stang, no qual passou 92 dias preso (entre 4 de março e 18 de junho de 2018), e hoje enfrenta medidas restritivas de direitos que incluem a proibição de celebrar missas e de reunir-se com mais de cinco pessoas. Na ocasião de sua prisão, foram apreendidos também computadores da CPT. Padre Amaro Lopes de Souza foi acusado de associação criminosa, ameaça, extorsão, invasão de propriedade e lavagem de dinheiro, e hoje vive sob ameaça de assassinato por parte da família envolvida no crime contra Dorothy Stang e milícias locais.

Assim como Dorothy Stang, Padre Amaro apoiou a implementação de Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS) na região, os quais teriam 80% de sua área destinada à preservação florestal. Exemplo disso é o Projeto de assentamento Mata Preta, em Anapu, onde hoje 260 famílias vivem e trabalham em um território que antes era ocupado por uma só pessoa.

O Padre atua na defesa dos direitos ambientais e de acesso à terra em Anapu desde 1989. “Se eu fiz alguma coisa de errado foi encaminhar o povo para buscar seus direitos no Ministério Público, na Defensoria Pública e em outros órgãos, pois muitas das vezes as pessoas eram ameaçadas, eram mortas e ficava por isso mesmo. (...) Isso a gente denunciava”, afirma.

O Padre Amaro recebeu, em 2018, o Prêmio João Canuto de Direitos Humanos, por parte do Movimento Humanos Direitos (MHuD). Em seus pronunciamentos, relembrou com pesar o assassinato de 16 camponeses em Anapu nos últimos três anos, pedindo às defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil por “paciência, resistência e união”.

 

Brazil

Os desafios e ameaças enfrentados pelos/as defensores e defensoras de direitos humanos no Brasil continuam muito elevados, particularmente para aqueles/as que trabalham em questões sobre a terra, o meio ambiente, os povos indígenas, os direitos LGBTI, a corrupção e a impunidade.

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